Os Seguidores de Taylor – Harrington Emerson

INTRODUÇÃO:

TAYLOR teve vários seguidores reconhecidos e importantes e outros que tiveram pouca notoriedade. Mas, nem por isso deixaram de ter sua parcela de contribuição nas transformações ocorridas no início do Século XX por seus trabalhos para implantar e expandir a GESTÃO CIENTÍFICA.

HARRINGTON EMERSON (1853-1931):

EMERSON era filho de um pastor presbiteriano e foi um dos pioneiros da engenharia industrial, gestão e teoria organizacional. 

Suas contribuições mais importantes foram seus livros e periódicos sobre EFICIÊNCIA INDUSTRIAL, a promoção e a divulgação da ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA e a implantação de métodos de gestão em diversas empresas.

ENGENHEIRA DE EFICIÊNCIA

EMERSON foi um dos mais eruditos dos TAYLORISTAS e criou uma empresa de consultoria em 1900 (o INSTITUTO EMERSON) com base no princípio orientador. Para ele, uma organização EFICIENTE era pré-requisito para a TAREFA e a EFICIÊNCIA era uma decorrência natural, não um conjunto imposto por objetivos, regras e procedimentos.

FORMAÇÃO

De 1862 a 1876 estudou na Inglaterra, França, Itália e Grécia e de 1872 a 1875 estudou engenharia na ROYAL BAVARIAN POLYTECHNIQUE. Durante o período que esteve na Europa, absorveu o caráter francês e a eficiência militar alemã na GUERRA FRANCO-PRUSSIANA (1870-1871).

EMERSON estudou a obra de grandes personagens da história, da política e da indústria. Observou que os personagens que alcançaram o sucesso haviam praticado os mesmos princípios e que os personagens que fracassaram cometeram os mesmos erros. Sua referência na área militar foram os conceitos de estratégia do general prussiano VON CLAUSEWITZ (1780-1831) que seriam adaptados, depois de mais um século, à estratégia Industrial, Marketing e Logística.

A maior contribuição de VON CLAUSEWITZ para a Administração, além do seu conceito de estratégia, foi a ideia de que Administrar envolve aceitar incertezas, planejar de forma a minimizar ao máximo as incertezas, sempre tomar decisões com bases científicas e que estas decisões não deveriam ser intuitivas.

Retornando em 1876 para os EUA lecionou línguas modernas na UNIVERSIDADE DE NEBRASKA até 188, quando foi demitido por suas ideias educacionais progressistas. Posteriormente, trabalhou como banqueiro, especulador de terras, agente fiscal, palestrante e educador. Em 1895 efetuou pesquisas comparando produtos com os custos que eles realmente deveriam ter.

A partir de 1897 passou a se dedicar a ENGENHARIA MECÂNICA e pouco tempo depois ingressou na ELECTRIC STORAGE BATTERY COMPANY em Nova York.

Ainda durante a corrida do ouro no ALASKA (1896-1899) EMERSON tentou novos projetos sem sucesso.  Apesar das adversidades, todas estas experiências trouxeram um grande conhecimento sobre condições industriais (elas seriam as bases para o seu futuro trabalho como consultor em EFICIÊNCIA INDUSTRIAL).

Após um período bem-sucedido como gerente geral em uma fábrica de vidros na Pensilvânia, EMERSON criou sua empresa de consultoria em Nova York, que em 1910 empregava entre quarenta e cinquenta funcionários especializados em EFICIÊNCIA. Ainda entre 1900 e 1902 passou a direcionar seu trabalho como engenheiro estudando em detalhes as perdas ocorridas no uso de materiais.

EMERSON HARRINGTON E FREDERICK TAYLOR

Em dezembro de 1900, través das reuniões da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos, EMERSON esteve em contato com os métodos de TAYLOR e captou boa parte das ideias da GESTÃO CIENTÍFICA para padronizar trabalho e remunerar operários pela produtividade. Não chegou a trabalhar junto com TAYLOR, mas estava presente quando o livro ADMINISTRAÇÃO DE OFICINAS (“SHOP MANAGEMENT”) foi apresentado e lido em 1903. EMERSON conduziu quase todo o seu trabalho seguindo estes métodos.

EMERSON teve estímulos de muitas ideias, mas, há boas razões para se acreditar que, em relação ao seu pensamento em geral, as maiores influências vieram do TAYLORISMO do que de qualquer outra fonte que possa ter tido contato. Tinha por hábito se referir a TAYLOR como sendo a fonte de suas ideias e, por sua vez, TAYLOR considerava que EMERSON tentava fazer demais (antes do seu tempo).

É inegável que EMERSON contribuiu com novas ideias. Entretanto, sem dúvida, adotou algumas delas vindas da ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA. E esta adoção é um processo natural que qualquer um possa fazer sobre o que for de utilidade para o desenvolvimento de um trabalho. Além do mais, ao mesmo tempo EMERSON também adequou tantas ideias, das mais variadas origens, que o seu método seguramente conseguiu ter um efeito original. Frequentemente os dois trocavam correspondências. Em novembro de 1905 EMERSON escreveu para TAYLOR:

“eu preferiria ter tua aprovação… do que de qualquer outro homem vivo ou morto.” 

O SISTEMA EMERSON EFFICIENCY:

Os vários recursos do SISTEMA EMERSON abrangiam procedimentos de roteirização da produção, padrões para as condições e tarefas de trabalho, estudos de tempo e movimento e um plano de bonificações para aumentar salários de acordo com a EFICIÊNCIA e produtividade. Seu trabalho criou uma FILOSOFIA DE EFICIÊNCIA e, como escritor e palestrante, ampliou o entendimento do público sobre a ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA e procurou definir para os engenheiros, além do seu papel na solução de problemas técnicos, uma parte com uma FUNÇÃO SOCIAL mais ampla.

EMERSON E A ATSF:

EMERSON chamou a atenção pelo seu trabalho na FERROVIA DE SANTA FÉ. De 1904 a 1907 atuou como consultor na ATSF (ATCHISON, TOPEKA AND SANTA FE RAILWAY), foi muito bem sucedido e os resultados tiveram destaque e grande repercussão. As oficinas de manutenção de máquinas e locomotivas foram reorganizadas, os procedimentos de trabalho foram padronizados e o pagamento de bonificações foi amplamente aceito

Todo o trabalho foi disposto de modo a ser controlado em de quadros colocados no escritório central. Esta foi a primeira aplicação da ADMINSTRAÇÃO CIENTÍFICA em uma ferrovia e começou a atrair uma clientela industrial. Na consultoria, EMERSON desenvolveu seus primeiros estudos sobre seleção e recrutamento de operários (a seleção de homens incomuns), contribuiu com a eficiência dos sistemas de engenharia e considerou que um dos maiores problemas das empresas era a falta de ideais bem definidos (OBJETIVOS). 

Entre 1907 e 1910 a empresa de consultoria de EMERSON atendeu mais de 200 clientes. Um dos seus grandes méritos foi simplificar e popularizar o TAYLORISMO para torná-lo acessível a um maior número de empresas. Os seus métodos foram aplicados em lojas de departamentos, hospitais, faculdades e órgãos do governo.  

Em função da PESQUISA HOXIE (em 1912) EMERSON também esteve presente como testemunha no “COMITÊ PARA AS RELAÇÕES INDUSTRIAIS” que investigava as consequências da ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA nas fábricas dos EUA. Durante a I GUERRA MUNDIAL preparou palestras e panfletos que enfatizaram a EFICIÊNCIA e o patriotismo na produção para o esforço de guerra. Entre 1921 e 1928 aconselhou os governos e os ministérios dos transportes da China, Japão, México, Peru, Polônia e União Soviética.

A DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS:

Ao contrário de TAYLOR, EMERSON via a organização como um TODO. Com base nesta visão, considerava a falta de uma definição de OBJETIVOS como o aspecto mais preocupante. Foi considerado um estudioso visionário: em 1912 já considerava aspectos da ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS (APO), uma abordagem que só seria desenvolvida por PETER DRUCKER em 1954. A APO é uma técnica sistemática de gerência voltada para o planejamento e controle. O seu ponto de partida é a fixação dos OBJETIVOS da organização e a declaração do que se pretende alcançar.

Em 1912 publicou o livro OS PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA ORGANIZACIONAL (THE TWELVE PRINCIPLES OF EFFICIENCY) que se tornou um verdadeiro clássico que ainda hoje permanece válido, importante e utilizado nas principais teorias da ADMINISTRAÇÃO.

OS 12 PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA

01 – Traçar um OBJETIVO bem definido.

02 – Estabelecer o predomínio do bom senso.

03 – Manter orientação e supervisão competentes.

04 – Manter a disciplina.

05 – Manter honestidade nos acordos.

06 – Manter registros precisos imediatos e adequados.

07 – Fixar remuneração proporcional ao trabalho.

08 – Fixar normas padronizadas para as condições do trabalho.

09 – Fixar normas padronizadas para o trabalho.

10 – Fixar normas padronizadas para as operações.

11 – Estabelecer instruções precisas.

12 – Fixar incentivos eficientes ao maior rendimento.

Sugestão de Leitura:

FAVA, RUBENS. Caminhos da Administração. Editora Pioneira. Edição 1ª. São Paulo, 2002.

BENDALY, LESLIE. Organização 2000: novos caminhos para empresas e equipes em uma economia globalizada.Editora Futura. São Paulo, 1998.

CHIAVENATO, IDALBERTO. Introdução à teoria geral da administração. Editora Elsevier.Edição 8ª.Rio de Janeiro, 2011.

KIERNAN, MATTHEW J. Os 11 mandamentos da administração do século XXI. Makron Books. Edição 3ª.São Paulo, 1998.

MOTTA, FERNANDO PRESTES; VASCONCELOS, ISABELLA, F. G. Teoria geral da Administração: uma introdução. Cengage Learning. São Paulo, 2010.

MAXIMIANO CÉSAR ANTÔNIO AMARU. Fundamentos da Administração – Introdução à Teoria Geral e aos Processos da Administração. Editora LTC. Edição 3ª. Rio de Janeiro, 2014.

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