Os Seguidores de Taylor – Carl Barth

INTRODUÇÃO:

TAYLOR teve seguidores, geralmente engenheiros americanos,  que foram muito importantes para expandir e implantar a ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA.

CARL GEORG LANGE BARTH (1860–1939):

CARL BARTH nasceu na Noruega, emigrou para os Estados Unidos em 1881, foi professor de Matemática e engenheiro mecânico.

Na Filadélfia ingressou na WILLIAM SELLERS & COMPANY, uma empresa fabricante de sistemas de engrenagens com peças intercambiáveis (ferramentas ferroviárias e para torneamento, aplainamento (uma operação de usinagem), modelagem, perfuração de metais ou madeiras etc.). Por sua grande habilidade técnica e matemática, foi levado por TAYLOR em 1899 para trabalhar na BETHLEHEM.

Além de sua habilidade, CARL BARTH era detalhista, teve destaque e contribuiu na empresa e se tornou um grande colaborador de TAYLOR. Ali desenvolveu RÉGUAS DE CÁLCULO solucionando problemas matemáticos complexos no corte de metais, velocidade e alimentação em níveis até então desconhecidos.

Muitas ferramentas semelhantes ainda hoje são utilizadas. Por sua capacidade incomum, desenvolveu o maquinário para dar suporte aos sistemas de produção idealizados por TAYLOR. Muitos afirmam, sem nenhuma dúvida, que sem a sua ajuda a ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA não teria o mesmo impacto e resultado.

TAYLOR e BARTH formularam o efeito da fadiga nos trabalhos ao avaliar a proporção de tempo em que um operário deveria realizar um esforço pesado e a proporção de tempo em que ele deveria descansar. Em 1901 CARL BARTH fez parte da equipe de TAYLOR que atuou em empresas, entre elas, na LINK-BELT MACHINERY COMPANY e TABOR MANUFACTURING COMPANY.

Em 1905 CARL BARTH se tornou um dos primeiros consultores independentes como engenheiro consultor em gestão científica. Em 1908 convenceu a HARVARD BUSINESS SCHOOL a adotar a linha da GESTÃO CIENTÍFICA como o conceito básico de Administração moderna. Como professor BARTH lecionou em HARVARD de 1911 a 1916 e de 1919 a 1922 e também lecionou na Universidade de CHICAGO de 1914 a 1916.

Estranhamente, atuava contribuindo ativamente para a ciência da produção, no Modelo Capitalista, sendo esquerdista e anticapitalista. Da mesma forma que TAYLOR, BARTH possuía uma notável e invejável habilidade na parte técnica e preocupação anormal com detalhes, minúcias e controles. Seu maior orgulho era ser considerado o discípulo mais ortodoxo de TAYLOR.

O ARSENAL DE WATERTOWN

Na primeira década do Século XX, a GESTÃO CIENTÍFICA foi se espalhando por grandes empresas americanas por obra de TAYLOR e de seus seguidores.

Em Abril de 1909, TAYLOR e BARTH visitaram o Arsenal de WATERTOWN, uma importante instalação do exército americano localizada em Massachusetts. BARTH, um rigoroso discípulo, que seguia estritamente as normas e regras estabelecidas, iniciou em Maio do mesmo ano a implantação da GESTÃO CIENTÍFICA com o estudo de TEMPOS e MOVIMENTOS para reorganizar atividades, controles etc.

Para aplicar as novas técnicas, ele observou 24 causas de ineficiência sendo que as mais evidentes foram: a falta de um sistema adequado de suprimentos, alterações administrativas, falta de coordenação do trabalho em diferentes locais, ferramentas inadequadas, tempo perdido nas trocas e em reparos das máquinas, atrasos na busca de materiais, custos adicionais de transporte entre locais e falta de habilidade no uso de máquinas e ferramentas. O trabalho não teve a participação direta de TAYLOR, foi antes da publicação do livro OS PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA (1911) e antes da I GUERRA MUNDIAL (1914).

A RESISTÊNCIA DOS OPERÁRIOS

A princípio os trabalhadores de WATERTOWN aceitaram as novas técnicas. BARTH padronizou melhorias, introduziu prêmios aos operários e implantou novos métodos com base nos estudos de tempos. Porém, aos poucos, houve uma forte resistência na área de fundição e os operários afirmavam que seus empregos estavam em perigo.

A GREVE:

Os trabalhadores do arsenal protestaram contra as mudanças e entraram em greve em 11 de agosto de 1911. Um dos trabalhadores escreveu:

“Isto acreditamos ser o limite da nossa resistência. É humilhante para nós, que sempre tentamos dar ao governo o melhor. Este método não é americano”.

Mesmo com os bons resultados, a introdução do TAYLORISMO frequentemente causava problemas entre os trabalhadores provocando greves em diversas empresas.  Nas fábricas onde as ideias de TAYLOR eram praticadas, a produção duplicou ou até triplicou e os lucros aumentaram muito.  Os salários também subiram: era princípio de TAYLOR que os trabalhadores que atendessem aos novos padrões de produção tivessem o direito ao bônus (entre 30% a 60% ou até mais que isso). Os acontecimentos tornaram o TAYLORISMO de conhecimento público. Os jornais e revistas teciam muitos elogios.

Mas, os bons resultados do gerenciamento de fábrica que foram estabelecidos, com a completa subordinação de homem a máquina, eram muito positivos para não serem adotados. Mas, no caso de WATERTOWN, uma greve numa instalação importante do exército acabou tendo grande repercussão. Os métodos foram duramente criticados por todo o país e provocou a instauração de inquérito na Comissão da Câmara em WASHINGTON. O objetivo era verificar as consequências dos sistemas de gestão criados para eliminar práticas ineficientes e que desperdiçavam tempo. E TAYLOR teve que comparecer em 1912 diante dos congressistas para defender suas ideias.

Porém, apesar dos problemas e das severas críticas, a produtividade e a eficiência cresceram de forma surpreendente em WATERTOWN e por onde a ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA foi implantada. Este fato que foi de grande valor quando os Estados Unidos entraram na I Guerra Mundial em Abril de 1917.

Ao final do conflito em 1918, com a Europa arruinada, os Estados Unidos se tornaram a primeira potência mundial. Muitos estudiosos afirmam que, de certa maneira, que uma das bases da economia americana é, até hoje, a indústria bélica e que o modelo TAYLORISMO contribuiu em grande parte para a liderança americana.

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