O compartilhamento do CONHECIMENTO

INTRODUÇÃO:

De acordo com diversos autores, a IC – INTELIGÊNCIA COMPETITIVA (ou INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL) é entendida como sendo o processo essencial à tomada de decisões nas organizações. Envolve trabalhos de coleta, análise, disseminação de INFORMAÇÕES obtidas nos ambientes interno e externo e utilizadas em função de suas necessidades (sustentabilidade, descobrir novas oportunidades e a redução de riscos).

O COMPARTILHAMENTO DO CONHECIMENTO

O CONHECIMENTO se transformou em um recurso econômico de vital importância e, segundo muitas opiniões, tem um peso maior do que valores econômicos de uma empresa.

Isoladamente ele não é competitivo. O que o torna competitivo é a maneira como ele é gerenciado.

COMPARTILHAR significa tomar partido em,  fazer parte de algo com alguém e DIVIDIR.

Para que a INTELIGÊNCIA COMPETITIVA funcione a contento, uma das preocupações deste processo é que a GESTÃO DO CONHECIMENTO atue nos grupos de trabalho, disseminando experiências e observações ao COMPARTILHAR e expandir o CONHECIMENTO. O COMPARTILHAR é substancial, pois, a GESTÃO DO CONHECIMENTO perde efetividade se a empresa tiver riqueza de CONHECIMENTO sem que essa riqueza seja repartida e acessível a todos (quem não COMPARTILHA não cresce).

E o COMPARTILHAMENTO executado de forma intermitente tende a reciclar ou gerar novos CONHECIMENTOS de maior dimensão e valor.

A GESTÃO DO COMPARTILHAMENTO

O papel do GESTOR se amplia mais uma vez. O COMPARTILHAMENTO vai exigir um alto grau de LIDERANÇA, interação e capacidade de comunicação entre os indivíduos. A finalidade é a obtenção contínua de CONHECIMENTO e a transmissão contínua deste CONHECIMENTO próprio para outros indivíduos: falar, ouvir, ser ouvido e ensinar para poder aprender.

De fato, a LIDERANÇA, a HABILIDADE INTERPESSOAL e a HABILIDADE POLÍTICA terão um peso maior para o GESTOR por estar lidando com o ser humano,  um elemento que traz alguns ingredientes complexos que serão prejudiciais ao COMPARTILHAMENTO:

1 – Em muitos casos o indivíduo não se dispõe a dividir seu CONHECIMENTO por completo. A dificuldade (ou) de comunicação e o medo de compartilhar são grandes desafios nas organizações: transformar o CONHECIMENTO TÁCITO em CONHECIMENTO EXPLÍCITO (bem organizado e disponível para todos).

2 – Por falta de MOTIVAÇÃO ou de OPORTUNIDADES de crescimento, muitos colaboradores não se empenham em colaborar, em crescer, em se renovar pela troca de ideias, pela reciclagem ou pelo simples fato de interagir (mesmo em relacionamentos mais informais existentes nas estruturas e modelos organizacionais).

3 – Ao mesmo tempo, há CONFLITOS que não foram devidamente solucionados. Para os GESTORES é importante identificar e gerenciar com sucesso os CONFLITOS CONTRA PRODUTIVOS: um CONFLITO PESSOAL que pode se tornar CONFLITO INTERPESSOAL que pode evoluir para o CONFLITO INTRAGRUPAL e para o CONFLITO INTERGRUPAL.

4 – As rivalidades internas e a competição impedem a integração dos profissionais e das diversas áreas da empresa. Uma GESTÃO DO COMPARTILHAMENTO é um processo INTERDISCIPLINAR que, necessariamente, usa diversos conceitos, técnicas e modelos criados por áreas totalmente diferentes.

E muitas vezes os ambientes de trabalho são desfavoráveis: não facilitam a comunicação construtiva, o diálogo e a troca de ideias. As causas podem ser as mais diversas:  desconfiança, inveja, ciúmes, hierarquia, vocabulário, preconceito, intolerância, tempo mal administrado, ZONA DE CONFORTO, apatia, diferentes níveis culturais, falta de incentivo, falta de expectativa favorável pelo valor do CONHECIMENTO TÁCITO etc.

CUIDADO: quando não há confiança nas formas de relacionamento, os indivíduos minimizam a disponibilidade para compartilhar o CONHECIMENTO TÁCITO. Então… se não houver um MÍNIMO DE INTERAÇÃO entre os atores que promovem o COMPARTILHAMENTO…

5 – Pode haver a falta do pleno entendimento sobre o COMPARTILHAMENTO, que vai procurar aproveitar e dividir o que já existe  nos indivíduos, nos departamentos e nos processos da empresa. Portanto, é preciso dar esclarecimento que esta soma é da organização e que, em contrapartida, o CONHECIMENTO também é disponibilizado a todos.

O GESTOR também terá outro desafio em criar meios para poder socializar melhor as ações de COMPARTILHAMENTO através de BRAINSTORMING, reuniões, dinâmicas, encontros e eventos que estimulem a criatividade etc. para articular a incorporação do CONHECIMENTO.

UTOPIAS DA GESTÃO DO COMPARTILHAMENTO

Ao contrário do que muitos EXECUTIVOS imaginam, a formação de bases de dados refinadas com SOFTWARES modernos não significa que a INFORMAÇÃO e o CONHECIMENTO virão como num passe de mágica. E mesmo que isso aconteça, um grande volume armazenado nas mais variadas possibilidades não garantem nada. É preciso o uso correto do CONHECIMENTO

Ao contrário do que muitos EXECUTIVOS imaginam, a TIC não elimina o contato pessoal. O contato e a interação física entre as PESSOAS trazem excelentes resultados em termos trocas e relacionamentos mais duráveis. É preciso um equilíbrio no uso da tecnologia e o contato pessoal.

Ao contrário do que muitos EXECUTIVOS imaginam, a troca de CONHECIMENTO acontece apenas em instituições de ensino, ONG’s e em empresas sem a ideia de competitividade. A atual tendência em empresas modernas e competitivas está em adotar modelos diferenciados para construir uma CULTURA DE APRENDIZAGEM ou LEARNING ORGANIZATION.”

CUIDADO: Muitas empresas estão atoladas por estruturas rígidas criadas de cima para baixo no estilo FAYOLISTA. A sua equipe é limitada pela própria CULTURA ORGANIZACIONAL sem criatividade e muito cheia de limitações. Para muitos autores, cultura organizacional é essencial para o êxito da  INTELIGÊNCIA COMPETITIVA.

Sugestão de Leitura

ROSSATTO, MARIA ANTONIETA. Gestão do conhecimento: a busca da humanização, transparência, socialização e valorização do intangível. Editora Interciência.  Rio de janeiro, 2003.

NONAKA, IKUJIRO; TAKEUCHI, HIROTAKA. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Editora Elsevier. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 1997.

BUKOWITZ, WENDI R.; WILLIAMS, RUTH L. Manual de Gestão do Conhecimento: ferramentas e Técnicas que criam valor para a Empresa. Editora Bookman. Porto Alegre, 2002.  

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